O que eu senti no fim do ano passado?

Estamos chegando no período auge do fim de ano, onde já cumprimos todas as tarefas, metas, seja no estudo, no trabalho, na família, no amor… será? De que forma estamos vivendo o dia a dia? Nossa percepção da realidade é atribuída à tudo aquilo que sentimos em nosso interior, mesmo que não tenhamos o entendimento disso. Toda nossa experiência emocional influencia as escolhas e atitudes que tomamos, sejam elas favoráveis para nós ou não. Dentro de nós sempre há o desejo pela auto realização, mas não sabemos necessariamente como chegar até lá. Temos o instinto certo, a intuição adequada e todos os recursos internos de que precisamos e o que acontece para não nos sentirmos verdadeiramente felizes? Às vezes, lutamos tanto, sofremos mais ainda, e é como se nossa batalha fosse em vão, vazia de sentido… somos impulsionados pela massa, pelas pressões sociais, culturais, práticas, cômodas, aquilo que foi possível nesse dia, que deu pra fazer nessa semana, que eu consegui nesse mês, nesse ano… nessa vida! Acomodamos, cansamos, desistimos de projetos, sonhos, desejos, amores, amigos, e até de nós mesmos. Aquilo que não é prioridade fica pra trás, tenho preguiça, não é minha obrigação, prefiro ficar por aqui, vamos deixar pra outro dia, outra hora ou nunca mais. Desistir ou fugir são as ações mais comuns e dolorosas que são socialmente aceitas e incentivadas nos dias de hoje. O sacrifício e o esforço não recebem mais valor e importância, pois há sempre modos mais fáceis e rápidos de alcançar um objetivo. No entanto, mesmo que aparentemente um objetivo seja alcançado nem sempre ele vem junto com uma sensação de conquista, de realização, de satisfação… de prazer. Alguns caminhos são excessivamente práticos, a ponto de não nos tocar, não nos afetar, sem tempo para sentir, viver… quando nos afastamos desse contato interno, seja por dor, perda, frustração, raiva, dificuldade de lidar com as mudanças naturais da vida, vamos nos perdendo de nós mesmos, e essa perda vai danificando nosso estado emocional gradativamente. Precisamos cuidar desse contato conosco, olhar para dentro, parar um segundo, minuto, momento, e sentir. Simplesmente sentir. Parar e observar a respiração, o corpo, a mente… sentir! Olhar para dentro e refletir: era isso mesmo o que eu queria fazer? Esse é o meu desejo de verdade? O que eu realmente quero pra mim? Se tivermos medo desse encontro e evitarmos essas reflexões, sempre ficaremos a mercê das escolhas do outro, das imposições da vida. Teremos essa eterna sombra da fuga, essa sensação de vazio: eu não moro mais em mim e somente vivo para agradar aos outros… Viva cada instante da sua vida e converse com você! Boas reflexões. Por Vanessa Gonçalves